Um amor perdido no tempo - resenha Dupla: "Perdida" e "Encontrada", de Carina Rissi

Imagem: O Blog da Mari


Olá pessoal!
Tem um tempinho já que estou para fazer essa resenha dupla, já que li os dois livros na velocidade de um relâmpago. Mas acabei ficando meio sem tempo e não deu para posar imediatamente. Mas aqui vou eu.
O livro "Perdida" apareceu na minha vida pelo Facebook. Como vivo de ler, participo de todas as páginas e grupos de leitura possíveis, e, em quase 100% destes grupos, aparecia esta linda capa  e ficava me chamando a atenção. Eu sempre adiava ler o resumo da história porque minha fila de livros para ler era - e continua sendo - imensa e eu não queria acrescentar mais um à pilha.
Mas um dia foi inevitável, li o resumo e como era de se esperar me apaixonei. Segue aqui a sinopse para vocês entenderem o porquê:

Sofia vive em uma metrópole e está acostumada com a modernidade e as facilidades que ela traz. Ela é independente e tem pavor à mera menção da palavra casamento. Os únicos romances em sua vida são aqueles que os livros proporcionam. Após comprar um celular novo, algo misterioso acontece e Sofia descobre que está perdida no século dezenove, sem ter ideia de como voltar para casa – ou se isso sequer é possível. Enquanto tenta desesperadamente encontrar um meio de retornar ao tempo presente, ela é acolhida pela família Clarke. Com a ajuda do prestativo – e lindo – Ian Clarke, Sofia embarca numa busca frenética e acaba encontrando pistas que talvez possam ajudá-la a resolver esse mistério e voltar para sua tão amada vida moderna. O que ela não sabia era que seu coração tinha outros planos... “Perdida” é uma história apaixonante com um ritmo intenso, que vai fazer você devorar até a última página.

Eu tinha acabado de ler "Outlander", um livro que me mostrou que as viagens no tempo podem ser realmente interessantes. Aí leio esse resumo e encontro o quê? Uma viagem no tempo. Perfeito! Sem contar que me identifiquei com a Sofia logo de cara - não na parte da tecnologia - mas na parte de ser um desastre ambulante e da aversão ao casamento. Não deu outra. Li.

"E quando eu não estou com você, meu peito fica vazio, 
como se meu coração se recusasse a bater até que lhe encontre novamente."

Sofia é uma personagem muito engraçada, muito interessante. Ela é fã de Jane Austen - eis aqui outro ponto em comum - e anda com um exemplar de Orgulho e Preconceito dentro da bolsa. um dia ela se vê obrigada a comprar um novo celular porque derrubou o seu no banheiro da balada e aí começa sua aventura. Ela encontra uma vendedora estranha que lhe vende um celular único e exclusivo, diferente de tudo o que ela já viu. Mexendo nesse tal desse celular, Sofia acaba sendo transportada para nada mais, nada menos que o século dezenove.

"...o ar puro chegava a ser inebriante para meus pulmões acostumados com tanta poluição. Talvez meu corpo          estivesse reagindo de forma estranha nos últimos dias por causa disso: tanto ar puro devia fazer mal!"

Sem saber para onde ir ou o que fazer, Sofia é "resgatada" por Ian Clarke. Nosso Mr. Darcy versão Brasil. Lindo, cavalheiro, protetor, enfim, aquele tipo de cara que só existe mesmo nos tempos antigos. O cavalheiro fica extremamente intrigado com aquela garota caída no meio da estrada e claro, se apaixona por ela (calma gente, não é assim imediatamente).

"-Planeja me contar sobre ele, senhorita Sofia? Estou realmente curioso. Deve ficar muito distante daqui, pois nunca ouvi falar de um lugar onde mulheres usam roupas... pequenas e apertadas..."

Ian então oferece ajuda a Sofia, que por não ter outra opção, se vê aceitando a proposta. Ao chegar na casa dele, ela escandaliza as damas com suas roupas - minissaia naquela época era praticamente nudez - e atrai olhares curiosos, mas é bem acolhida como uma pobre dama que foi assaltada na estrada. A partir daí, ela conhece Elisa, a irmã de Ian, Madalena a empregada que acaba cuidando dela como se fosse uma mãe, Gomes, o mordomo e braço direito de Ian e Teodora, a amiga de Elisa.
Como não poderia deixar de ser, o livro é repleto de cenas hilárias, protagonizadas por Sofia e seu desencaixe total naquele mundo. O momento em que ela descobre como funciona o banheiro, é simplesmente hilário.

"Era tão surreal! Eu tinha impressão que, a qualquer momento, o senhor Darcy em pessoa sairia de alguma daquelas portas de madeira acompanhado de Lizzie Bennet."

Ian promete ajudar Sofia a encontrar uma maneira de voltar para casa, ainda que ele não tenha ideia de que a casa dela fica 200 anos à frente. Conforme o tempo vai passando, os dois vão ficando mais próximos e inevitavelmente o amor começa a aparecer.

"É que fica meio longe. Duzentos anos longe! Se você por acaso, encontrar uma máquina do tempo perdida por aí, me avisa que eu te levo até o século XXI. A gente pode tomar um chope e depois cair na night!"

É muito fofa a aproximação dos dois. Ian se mostra super protetor com Sofia e ela fica com ciúme, principalmente quando Valentina aparece, toda apaixonada por ele. É muito fofo ver como eles vão se apaixonando e se envolvendo, mesmo com Sofia tentando fugir porque  sabe que uma hora ou outra vai voltar para 2010 e ter que deixá-lo.

"-Eu? Ciúme? De você? Rá! - tentei empurrá-lo para fora com a ajuda da porta, 
mas ele era grande demais, forte demais.
 - Pois eu penso que está. - seu sorriso enorme me irritou ainda mais. Eu queria tanto quebrar seu nariz!"

Você vai lendo e se envolve com os dois de tal maneira, que parece que você está lá, observando tudo de dentro do livro. A maneira como a Carina escreve deixa a gente com essa sensação. Fora as inúmeras vezes que ela fala de Jane Austen no livro! Não tem como não amar!

"Então lá estava eu, em mil oitocentos e pouco, esperando que Elinor e Edward  finalmente se entendessem quando Ian entrou na sala me trazendo de volta para mil oitocentos e pouco! Fiquei confusa por um instante."

Eu adorei! Adorei mesmo! Ainda mais sabendo que é um livro nacional! Aliás, aproveito para acrescentar que a Carina Rissi é muito atenciosa. Mandei uma mensagem no site dela e ela respondeu muito carinhosamente. Uma fofa.
E eu não vou ficar descrevendo mais detalhes do livro pra não tirar a graça. Leiam, porque é certeza que vocês vão adorar.

"Eu poderia ter seguido com minha vida se eu quisesse. (...) Só que eu não queria seguir em frente. Ficar longe de você me fez ter ainda mais certeza de onde eu realmente queria estar."

Ao acabar "Perdida", saí correndo atrás  do "Encontrada", porque não consegui me separar de ian e Sofia. E a partir desse momento não vai ter como continuar a resenha sem dar um belo de um SPOILER, então atenção:

ALERTA DE SPOILER!!!!


Sofia está de volta ao século dezenove e mais que animada para começar a viver o seu final feliz ao lado de Ian Clarke. No entanto, em meio à loucura dos preparativos para o casamento, ela percebe que se tornar a sra. Clarke não vai ser tão simples quanto imaginava. 

As confusões encontram a garota antes mesmo de ela chegar ao altar — e uma tia intrometida que quer atrapalhar o relacionamento é apenas uma delas. Além disso, coisas estranhas estão acontecendo na vila. Ian parece estar enfrentando alguns problemas que prefere não dividir com a noiva.
Decidida, Sofia fará o que estiver ao seu alcance para ajudar o homem que ama. Ela não está disposta a permitir que nada nem ninguém atrapalhe seu futuro. Porém suas ações podem pôr tudo a perder, e Sofia descobre que a única pessoa capaz de destruir seu felizes para sempre é ela própria.
Em Encontrada: À espera do felizes para sempre, Carina Rissi traz de volta o mundo apaixonante de Ian e Sofia, nos permitindo mergulhar mais uma vez nesta maluca e envolvente história de amor.

"Foi como se meu coração só tivesse voltado a bater quando a vi novamente."


Em "Encontrada", Sofia é uma noiva às portas de seu casamento, indignada com o dinheiro que seu noivo gasta com ela. Ela está se adaptando melhor ao século dezenove, apesar de ainda gerar algumas confusões com coisas que ela não consegue aceitar, como por exemplo, ser uma mulher totalmente dependente do marido. E por esse motivo, ela se mete numa confusão sem tamanho que pode jogar seu casamento ladeira abaixo.

"Escolher Ian foi simples, natural como respirar. Não dava para viver com o coração batendo fora do peito e morando em outro século. Não havia ninguém que me conhecesse tão bem quanto ele."

Na expectativa do casamento, o casal feliz se vê às voltas com a visita da tia de Ian - uma espécie de Catherine de Bourgh, nas palavras da própria Sofia - que não se conforma com o casamento impróprio do sobrinho e tenta fazer de tudo para atrapalhar essa união. Além disso, essa tia ainda tem em mente casar a sobrinha Elisa com seu filho, Tomas. Coisa que Sofia, sabendo quem é o verdadeiro príncipe encantado de Elisa, não pretende permitir de jeito nenhum.

"Imagine uma Lady Catherine de Bourgh, só que cheia de pelancas e duas vezes mais venenosa. Pois é."

Quando Sofia acha que finalmente tudo está em seu lugar e ela vai poder ser feliz para sempre ao lado do amor de sua vida, essas coisas aparecem para bagunçar tudo outra vez. A lua de mel que ela tanto sonhou é adiada por Ian, que age estranhamente e se mostra ainda mais protetor do que antes para com ela.

"Mas entenda, meu amor, eu quero lhe dar o mundo, no entanto... - ele exalou pesadamente. - No entanto, agora não posso arriscar..."

Sofia ainda tem que começar a aprender a se comportar como uma dama, uma vez que vai passar a ser a Sra. Clarke e vai ter comparecer a eventos sociais e receber convidados em casa; tem que lidar com a tia maluca do marido que não a aprova e faz de tudo para que o sobrinho note o quanto fez a escolha errada; tem que lidar com um abusado que fica dando em cima dela; aprender a controlar seus desejos de se atirar em Ian em todos os momentos, principalmente para se mostrar uma mulher que o padre possa considerar decente.

"-Como é que é? - A Jane Austen nunca mencionou uma cabine de banho. Continuei ouvindo horrorizada Ian e Elisa explicarem mais sobre ela. Ao que parecia, ninguém deveria ver uma mulher em traje de banho, de modo que a cabine a transportava até a água e depois a trazia de volta, e a dama só voltava à areia fofa depois de ter trocado as roupas molhadas pelas secas."

É muita coisa para lidar e Sofia parece quase surtar nesse livro. Fora o fato de não aceitar ser sustentada pelo marido, o que faz com que ela tenha que esconder um segredo que pode colocar tudo a perder. Um prato cheio para a titia querida que "só quer proteger seus sobrinhos de terem o nome jogado na lama".

"Você é tudo o que eu desejo, Ian. E eu também odeio brigar com você. Mas acho que você tem razão. Tenho dificuldade em compreender o jeito de pensar deste século"

Some a isso mais cenas hilárias e um mistério que vem assolando as jovens recém casadas e você tem o fechamento perfeito dessa história encantadora que começou lá em "Perdida".
Depois de tudo isso, estou pensando seriamente em comprar um novo celular...

É isso por hoje, pessoal! espero que tenham gostado e até a próxima!


Comentários

  1. Ju, você não satisfeita com sua lista, vive de aumentar a minha. rsrs

    Beijo

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    Respostas
    1. Eita Raimundo!
      Quisera eu que a minha lista ´parasse de aumentar também!
      Mas esses dois, te digo: leia!
      Me surpreendi com a autora e ri bastante. Muito legal mesmo!
      Bjoss

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